COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA: UMA PAIXÃO QUE UNE O CONTINENTE

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A Copa Libertadores da América une o continente sul americano. Ser campeão quer dizer que o seu time provou todo o seu poder contra aqueles que são os melhores de seus países e que por um ano inteiro podem falar que é o melhor de todos.

Honestamente agora, o nível técnico dos últimos anos não tem sido tão alto como já foi e como pode voltar a ser, mas é por isso mesmo que ele fica muito emocionante! Quem diria que times como o Santos desse ano com todas as suas dificuldades dentro e fora de campo iria conseguir aplicar uma goleada de 3 x 0 contra o poderoso Boca Juniors na semifinal.

O COMEÇO DE TUDO

A primeira pulga atrás da orelha dos clubes e dirigentes veio durante a disputa da Copa Rio da Plata, onde os campeões argentinos e uruguaios realizavam um  jogo para determinar o melhor de todos, mas isso foi na década de 30.

O primeiro campeonato com mais times sul americanos não aconteceu porque a CONMEBOL viu uma oportunidade de fazer um torneio e unir todos os seus países membros.  Na verdade, o primeiro torneio internacional entre os times do continente foi uma iniciativa do clube chileno Colo-Colo ainda em 1948. Veja, enquanto o Uruguai já era bicampeão da Copa do Mundo da FIFA e o Brasil receberia o seu primeiro mundial, a América do Sul ainda não tinha um torneio de clubes oficial. Este primeiro torneio foi disputado inteiramente em Santiago e o campeão foi o Vasco da Gama.

Peñarol (Uruguai) campeão da Copa dos Campeões da América em 1960.

A Copa Libertadores da América nem sempre teve esse nome tão bonito. Em 1960, aconteceu o torneio que é considerado o precursor direto da Libertadores, a Copa dos Campeões da América. Tinha esse nome não porque estava imitando a UEFA mas sim porque somente os campeões de cada país que faz parte da CONMEBOL participava. Os times participantes desta primeira edição da Copa dos Campeões foram: Bahia (Brasil), Jorge Wilstermann (Bolívia), Millonarios (Colômbia), Peñarol (Uruguai), San Lorenzo (Argentina) e Universidad Católica (Chile).

O primeiro jogo oficial foi no dia 19/04/1960 entre Peñarol e Jorge Wilstermann e o time uruguaio aplicou 7 a 1 na equipe boliviana. Quem ganhou esta primeira edição (e por sinal a segunda edição também) foi o poderoso Peñarol. Depois deste primeiro bicampeonato, foi a vez do Santos de Pelé ser bicampeão em 1962 e 1963.

Santos (Brasil) de Pelé campeão da Copa dos Campeões da América em 1962 (foto acima) e 1963.

Em 1965, o nome oficialmente mudou para Copa Libertadores da América pois os organizadores queriam homenagear aqueles que lideraram o movimento da independência dos países sul americanos das potências europeias. Entre os homenageados estão: José Artigas, Simón Bolívar, José de San Martín, José Bonifácio, D. Pedro I, Antônio José de Sucre e Bernardo O`Higgins.

No ano seguinte, em 1966, os vices de cada país também começaram a participar e aos poucos a competição foi ganhando corpo. O Brasil teria um campeão oficial da Libertadores (digo isso por causa do uso do nome oficial) somente em 1976 quando o Cruzeiro foi campeão. Nesses anos todos, times argentinos e uruguaios foram os principais campeões.

Os anos 90 trouxeram um domínio brasileiro que até então não se via. Nesta década, tivemos um bicampeonato com o São Paulo, um novo título do Cruzeiro e os do Vasco, Palmeiras e Grêmio. Nos anos 80, apenas o Flamengo foi campeão em 1981. 

Flamengo na final da Copa Libertadores de 1981 contra o Cobreloa (Chile).

LIBERTADORES MODERNA

Mas os anos 90 também trouxeram um dos maiores avanços. Não falo apenas da inclusão de times mexicanos (unido a CONMEBOL e a CONCACAF) mas pelo também  a competição mudou de nome. Em 1998, a CONMEBOL assinou um contrato com a montadora Toyota para a venda do naming rights da competição, elevando o prestígio do torneio de uma maneira geral.

Com esse novo patrocinador, a Libertadores pode expandir para 32 times e também pagar um prêmio de U $25.000 para aqueles times que chegaram na fase de grupos.  Em 2008, o banco Santander se tornou o novo patrocinador master do torneio e por 5 anos o campeonato era conhecido como Copa Santander Libertadores. Depois da instituição financeira, a marca de pneus Bridgestone se torna o novo patrocinador master e fica até 2017 quando a CONMEBOL muda sua estratégia de patrocínio.

Evolução do patrocínio master da Copa Libertadores.

Os anos de 2010 trouxeram alguns campeões inéditos, como o San Lorenzo da Argentina e o Corinthians. Isso indica que os clubes estão se tornando mais organizados e estruturados dentro da América do Sul. Em 2019, a CONMEBOL introduziu uma das regras mais radicais dos últimos anos na Copa Libertadores. Com uma clara inspiração na Liga dos Campeões da UEFA, a CONMEBOL decide que 2019 seria o primeiro ano da Libertadores com final única decidida em campo neutro.

LIBERTADORES 2020

 A Copa Libertadores de 2020 (que na verdade vai acabar em 2021) foi uma Libertadores diferente de todas. O torneio teve que se adaptar de várias maneiras, das expectativas de bilheteria, da entrega dos patrocinadores e de preocupações que nunca antes estiveram presentes.

O ano foi um de adaptações e aprendizado. Numa das maiores adaptações, foram as entregas para os patrocinadores. Muitas das entregas são baseadas no matchday e  hospitalidade, principalmente nos estádios. Devido às restrições de público, os organizadores da Libertadores então passaram as ações programadas para o ambiente digital.

Uma dessas ações é a chamada Golden Ticket, onde torcedores puderam acompanhar os jogos juntos com lendas da CONMEBOL. Outra ação que  migrou bem para o digital foi o Desafio que os torcedores podiam participar com jogadores profissionais de e-sports.

Imagem promocional da final da Libertadores 2020 entre Palmeiras (Brasil) e Santos (Brasil) no Maracanã.

  Outras ações  foram mais práticas e visíveis na televisão. A principal mudança foi uma segunda linha de placas de LED oferecendo uma maior visibilidade aos patrocinadores durante a transmissão.

Observamos também uma maior participação dos patrocinadores no campeonato como um todo e aos poucos vão se tornando parceiros da competição, de forma semelhante à atuação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e das ligas americanas com seus respectivos patrocinadores. Um bom exemplo desta influência nesta edição da Libertadores é o anel apresentado ao melhor jogador, eleito pela torcida. Será um anel nos moldes daqueles dados pela NBA e a NFL para seus campeões e representa uma maior valorização dos atletas.

O jogo também será uma experiência diferente esse ano. Por causa da pandemia, o Maracanã não receberá o público que essa final merece. Também será apenas a quarta vez na história que dois times do mesmo país disputam a final, a primeira vez com a final única.

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