Tivemos neste final de semana uma das maiores festas e um dos maiores eventos do mundo esportivo: o Super Bowl!
Alguns podem falar, mas a final da Copa do Mundo tem muito mais público que este jogo ai. E eu digo, sim é verdade. Mas, porém, todavia, vamos lembrar que a Copa do Mundo acontece uma vez de 4 em 4 anos e o Super Bowl acontece todo ano. Imaginar que a festa que afeta o mundo todo, o ápice de um campeonato do esporte mais popular do planeta pode ter concorrência de um joginho esquisito onde chamam de futebol mas na verdade se joga com a mão.
Ok, todo mundo já imaginou não é? Este fenômeno de audiência está alcançando novos territórios em países que estão basicamente tendo que aprender uma língua nova para conseguir entender tudo o que acontece durante o jogo.
Já falei aqui no blog sobre a NFL e um pouco de sua história mas deixei a sua grande final um pouco de fora pois é um evento único.
O Super Bowl teve sua primeira edição em 1967, mas não com este nome. Achavam que na verdade o nome não era bom o suficiente e que teriam um melhor em outra data. O problema é que por mais que tentaram mudar o nome (no primeiro ano o nome oficial era “Torneio Leste-Oeste de Futebol”) não deu muito certo e a partir do quinto ano, o nome oficial ficou como Super Bowl. Agora, o nome “Bowl” não começou com esta competição, o primeiro foi na verdade em 1902 com o Rose Bowl (depois vários torneios parecidos vieram como o Orange Bowl (Miami), o Sugar Bowl (Nova Orleans), o Sun Bowl (El Paso, Texas) e o Cotton Bowl (Dallas, Texas)). Mas mesmo com a troca troca de nomes os livros ainda mostram: o Green Bay Packers ganhou a primeira final contra o Kansas City Chiefs para ser o primeiro campeão da nova era do esporte no país.
Este primeiro jogo teve um nome muito familiar para os fãs da Liga, o técnico Vince Lombardi. Ele foi o Head Coach do time de Wisconsin na primeira e segunda conquista do Super Bowl (ele também ganhou mais títulos em anos anteriores com a mesma franquia) e quando ele faleceu em 1970, a NFL o homenageou dando o seu nome ao troféu oficial.
Nestes anos todos, o jogo e o dia evoluiu de tal maneira que hoje é um monstro. Há eventos paralelos a semana inteira, como festivais e eventos de imprensa como o Super Bowl Opening Night e eventos para o público como o Super Bowl Experience, um espaço enorme com uma série de ativações dos patrocinadores. A cidade inteira fica tomada pela liga e naquele tempo não se fala ou faz mais nada.
Nestes 53 anos de Super Bowl, a franquia com mais aparições é New England Patriots, com 11 participações e 6 títulos (um recorde que este ano o time de Boston empatou com o Pittsburgh Steelers) e Tom Brady é o jogador com mais títulos da história (os 6 títulos dos Pats foram conquistados com ele, inclusive, o primeiro foi contra o próprio Rams em 2002, que na época era de St. Louis).
A edição de 2019, também conhecido como Super Bowl LIII, confesso que foi um pouco meh. Em termos técnicos foi um jogo fraco com apenas um touchdown marcado em toda partida e é o jogo com a menor pontuação da história (o segundo pior placar foi no Super Bowl VII quando o Miami Dolphins ganhou do Washington Redskins por 14 a 7, mas pelo menos nesse jogo teve mais de um TD). Esta edição também marcou a pior audiência da CBS dos últimos 10 anos, retraindo em 5% em comparação com 2018, mesmo com 115 câmeras, algumas com resolução em 8K.
Há algumas teorias para tentar explicar este fenômeno, a primeira é que os times que estavam disputando não são lá dos mais populares. Alguns dizem que estão cansados de ver o New England Patriots todo ano no Super Bowl e já está ficando chato, também pelo fato que o Rams não é um time tão carismático a ponto de torcedores de outros times se importarem o suficiente para ver o jogo. Outro ponto pode ser que as pessoas ainda estavam um pouco ressentidas com a final da NFC, onde acreditam que houve uma grande interferência da arbitragem no resultado final.
Outro grande ponto que fez com que muitos desistirem de ver o jogo é a polêmica envolvendo a NFL e o jogador Colin Kapernick. Ele iniciou uma onda de protestos nos jogos se ajoelhando durante o hino nacional. Depois deste evento, ele perdeu a sua vaga no San Francisco 49ers e desde então não consegue mais fazer parte de um time profissional. Alguns dizem que a Liga o colocou em uma espécie de lista negra e por isso nenhuma franquia o contrata. Muitos famosos e outros atletas profissionais manifestaram seu apoio ao Kapernick. Este movimento também fez com que artistas que foram convidados a se apresentarem no show de intervalo, como Rihanna e Cardi B, não aceitarem o convite.
Sobrou então para Maroon 5, Travis Scott e Big Boi entreterem o público e quase deu certo. Apesar do grupo tocar seus maiores sucessos, eles não empolgaram a galera que estava esperando mais a homenagem ao criador do Bob Esponja (que faleceu poucos meses antes) do que ver o Adam Levine cantar. Este show porém é tradicional do evento e já contou com alguns dos maiores nomes da música como Michael Jackson, U2, Prince, Rolling Stone, Bruce Springsteen, Paul McCartney entre muitos outros.
Além do jogo, por incrível que pareça, muitos esperam o ano todo para ver os comerciais!
Este ano, um inserção de 30 segundos custou cerca de 5 MILHÕES de dólares. Sendo assim, as empresas que compram este tempo tão valioso precisam ser boas, mas tipo, muito boas. Umas das empresas que mais causou e causa impacto até hoje é a Budwieser. Algumas das mais famosas são: os 3 sapos que juntos na ordem certa, formam o nome da cerveja, o Bud Bowl (onde os jogadores foram trocados por garrafas de cerveja), os Clydesdales (cavalos) e o Wazuuuuuup (que foi até parodiado no filme Todo Mundo em Pânico).
Outras propagandas famosas incluem a parceria da Coca-Cola com o “Mean” Joe Greene (jogador de defesa do Steelers famoso nos anos 70) e a propaganda da Pepsi com a modelo Cindy Crawford. Mas uma das mais conhecidas de todos, e considerada a melhor de todos os tempos por alguns) é o comercial que a Apple introduziu o Macintosh e dirigido por ninguém menos que Ridley Scott (sim, aquele mesmo do filme Alien e o Gladiador). Aqui, a empresa fez uma comparação com o livro de George Orwell 1984 e usou o slogan “Para que 1984 não seja como 1984”. Por fim, a Disney também deixou a sua marca no jogo. Após o apito final, uma pessoa da empresa parava um jogador durante a celebração e o perguntava: Você acaba de ganhar o Super Bowl, o que vai fazer agora? O atleta em seguida respondia: Eu vou para a Disney!
Diiiiito tudo isso, no Brasil o Super Bowl está fazendo cada vez mais sucesso. De acordo com a ESPN (que não libera os números exatos) informou um aumento de 32% na audiência em comparação com o ano passado, além de um aumento de 40% na transmissão online. Além de olhos na tela, empresas começam a fazer ações específicas para o jogo. O iFood, por exemplo, fez uma promoção onde o número do jogador que faz o touchdown será o valor do desconto em reais (no final das contas não deu muito certo pois valia apenas para o primeiro tempo e não saiu umzinho se quer). A Visa (patrocinadora oficial da NFL) fez uma parceria com o Itaú para levar correntistas para ver o jogo em Atlanta. Além desses, a Havan, o Bradesco, a Boticário, a Hyundai e a Motorola compraram tempos na ESPN para o intervalo do jogo.
E agora? As próximas sedes estão determinadas: Hard Rock Stadium (Miami 2020), Raymond James Stadium (Tampa, Florida 2021), Los Angeles Stadium at Hollywood Park (Inglewood, Califórnia 2022), State Farm Stadium (Glendale, Arizona 2023) e Mercedes-Benz Superdome (Nova Orleans 2024). Estas sedes já estão totalmente fechadas não tem jeito de sair delas, mas depois de Nova Orleans, não tem nada definido. Uma das sedes discutidas é Wembley, em Londres. A capital Inglesa já recebe jogos da temporada regular há 10 anos, então já tem costume de sediar eventos da liga, mas a diferença nos fusos é um empecilho.
Outra possível novidade é a vinda de um jogo para o hemisfério sul, aqui na terra da garoa mesmo. De acordo com a colunista da Folha Mônica Bergamo, representantes da NFL vem a São Paulo em março para ter uma reunião com o Secretário de Turismo do Município de São Paulo para avaliar o jogo em terras tupiniquins.
Até saírem respostas concretas, podemos apenas torcer para que tudo der certo! Até lá, esperamos ansiosamente até Setembro para a volta da NFL!